VAR – A estrela da Copa 2018!

 

O futebol sempre teve polêmicas e sempre vai ter, faz parte de sua essência. Mesmo com a inovação do Árbitro de Vídeo ou VAR (sigla em inglês), introduzida nessa Copa do Mundo, certos lances continuam sendo questão de interpretação, como o pênalti que Neymar teria simulado no jogo contra a Costa Rica, a pisada no seu tornozelo no jogo contra o México, o pênalti não marcado em Gabriel Jesus contra a Bélgica, etc. Mesmo assim, não há como negar que essa tecnologia fez a diferença em lances fundamentais, como ao validar um dos gols da Coreia do Sul que eliminaram a tetracampeã Alemanha, ainda na primeira fase. Mas como o novo sistema de verificação e revisão da decisão do árbitro funciona? Qual a tecnologia utilizada para minimizar os erros?

 

AJUDA EM CASOS DECISIVOS

Existem somente quatro situações, durante a partida, em que os assistentes de vídeo podem ser acionados para revisar o lance:

 

GOLS – Qualquer aspecto da jogada de um gol, como uma falta, impedimento ou se a bola cruzou ou não a linha, que pode levar à sua anulação ou validação, pode passar pela revisão do VAR. Inicialmente, acreditava-se que casos de impedimento não estavam sujeitos à interferência dos assistentes de vídeo, porque eles não foram citados no site oficial da FIFA entre as situações que poderiam ser revisadas. Mas como se tem observado nas partidas da Copa, o VAR tem sido usado sim nesses casos, como ocorreu em um dos gols na vitória da Coreia sobre a Alemanha.

 

PÊNALTIS – Esse é um dos casos em que, independentemente da revisão do VAR e da decisão final do juiz estarem corretas ou não, continuarão existindo polêmicas. Afinal de contas, tanto no caso de uma falta quanto de um toque de mão do defensor dentro da área, é preciso avaliar se houve intenção ou não, o que envolve critérios muito subjetivos.

No caso do pênalti não marcado a favor do Brasil contra a Costa Rica, por exemplo, pode ter pesado contra Neymar a reputação do jogador de simular faltas, apesar de, pela televisão, parecer claro que o jogador brasileiro sofreu um empurrão, ainda que ele tenha valorizado o lance.

 

CARTÕES VERMELHOS – Os assistentes de vídeo também ajudam o árbitro a tirar dúvidas se o jogador recebeu ou não a punição merecida conforme a gravidade da falta ou infração cometida. Assim como no caso dos pênaltis, embora existam critérios definidos para as situações que podem levar à expulsão do jogador, continua cabendo ao critério do árbitro. Já houve casos em que o VAR recomendou o cartão vermelho, mas o juiz resolveu pegar leve e aplicar apenas o amarelo.

 

ERROS DE IDENTIDADE – Certos lances, com a participação de muitos jogadores, podem ser muito confusos. Então o VAR também ajuda a sanar a dúvida se a punição não está sendo aplicada ao jogador errado. Como se tem visto nessa Copa, também está ajudando a identificar corretamente o autor de um gol.

ETAPAS DA REVISÃO:

 

A TECNOLOGIA ENVOLVIDA NO VAR

As imagens mostradas durante as partidas dão uma certa noção de como os árbitros assistentes de vídeo atuam. O sistema é constituído por um conjunto de câmeras que captam os lances de diversos ângulos. As imagens são transmitidas para uma sala que fica isolada do campo, que tem sido mostrada antes do início de cada jogo. Ali, os assistentes de vídeo podem rever as jogadas.

Para cada partida, a equipe da arbitragem de vídeo é formada por quatro pessoas que observam diversas telas. Essa equipe é formada pelo líder, o VAR propriamente dito, e três assistentes, o VAR1, o VAR2 e o VAR3. Há ainda quatro operadores de replay na mesma sala. Eles não são considerados árbitros, mas eles cortam e selecionam os ângulos captados pelas câmeras do estádio em cada lance e os repassam prontos aos assistentes de vídeo.

Uma rede de fibra ótica transporta as imagens captadas nos 12 estádios que realizam as partidas da copa para a central de transmissão de Moscou em tempo real. Cada estádio conta ao todo com 33 câmeras fornecidas e operadas pela FIFA. Essas mesmas câmeras também são usadas pelas emissoras de TV na transmissão dos jogos. Oito dessas câmeras são “super slow motion”, e dessas oito, quatro são “ultra slow motion”.

Além delas, os árbitros de vídeo usam mais duas câmeras para flagrar lances de impedimento que não são compartilhados com as emissoras de TV. Essas câmeras são operadas de forma sincronizada por um programa de computador que projeta uma linha virtual sobre o campo, como se fosse o famoso “tira-teima”. Essas câmeras são posicionadas de acordo com cada gramado de cada estádio antes da partida. Para isso, são usados marcadores no gramado e um software de mapeamento. Não basta marcar os objetos no gramado na dimensão horizontal. O sistema precisa identificar objetos no ar, como um zagueiro que salta para disputar a bola.

 

 

O VAR pode ser acionado a pedido do próprio árbitro, em caso de dúvida, ou os próprios assistentes podem observar um lance duvidoso e comunicar ao juiz por fone de ouvido. Eles reproduzem o lance nos monitores, analisam e repassam suas conclusões ao árbitro.

O próprio juiz tem a possibilidade de ver as imagens em um monitor localizado à beira do gramado. Mas vale lembrar que, mesmo com a colaboração do VAR, o árbitro da partida continua tendo a decisão final.

DEMOROU!

A utilização da tecnologia de vídeo para revisar lances duvidosos no futebol já é uma reivindicação antiga. Os organizadores do esporte mais popular do mundo vinham mostrando uma resistência muito maior à adoção dos assistentes de vídeo do que outras competições. No vôlei e tênis, por exemplo, o VAR já é utilizado rotineiramente há anos. No entanto, foi somente em 2016 que a FIFA finalmente resolveu começar a adotar esse sistema.

Ao longo dos anos, os árbitros de futebol mostraram grande resistência ao uso dos assistentes de vídeo. No entanto, a demora na sua utilização só contribuiu para uma imagem cada vez mais negativa dos árbitros, uma vez que, com ou sem a revisão, o público via pelas transmissões das emissoras de TV os replays em câmera lenta e de diversos ângulos, às vezes revelando falhas gritantes de arbitragem, até mesmo em partidas decisivas dos principais campeonatos nacionais e internacionais.

Recentemente, a introdução do VAR tornou-se inevitável. Os recentes escândalos de corrupção da FIFA, que resultaram até na prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, envolvendo propinas e jogos arranjados, abalaram a credibilidade de todo o esporte. Com isso, a utilização da tecnologia na revisão das decisões dos árbitros torna-se fundamental para contribuir na recuperação da imagem não só da FIFA, mas de todas as entidades ligadas ao futebol.

BRASIL SEGUE O FLUXO

A CBF já anunciou que, depois da Copa, passará a utilizar o Árbitro de Vídeo. A entidade estima que o VAR deverá custar em média R$ 30 mil por jogo, e o sistema deve começar a ser implantado ainda este ano. Possivelmente irá receber atenção especial durante os jogos entre os times “grandes” contra os “pequenos”, que constantemente terminam com reclamações de jogadores, técnicos e dirigentes dos clubes do interior, contra os árbitros que eventualmente beneficiam as equipes mais tradicionais.

VAR CORPORATIVO

Polêmicas à parte, a utilização da tecnologia para corrigir erros e ajudar a tomar decisões melhores é uma tendência inevitável, e que vai muito além do futebol! No mundo corporativo, é cada vez mais comum a tecnologia servir para acompanhar os processos produtivos da empresa. Alertar sobre incidentes e erros, tirar dúvidas, resolver problemas e ajudar os administradores do negócio a tomar decisões corretas e mais inteligentes. O monitoramento remoto 24 horas pode ser a arbitragem de vídeo de que a sua empresa precisa para rever, ou mesmo, antever erros!

Como vimos em outro artigo, a LIVTI está totalmente capacitada para oferecer as melhores soluções de monitoramento para o seu negócio!